Se há divisão da casa em que a escolha do piso importa, essa divisão é a cozinha. É um espaço muito usado por toda a família e o propósito divide-se entre a funcionalidade e o convívio. Há muito que deixou de ser exclusivamente a área de preparação de refeições. É lá que muitas famílias se reúnem para almoçar e jantar, é lá que as crianças brincam ou fazem os trabalhos de casa enquanto os pais cozinham, é lá que o amigo de quatro patas come os seus repastos. Puxam-se cadeiras, entornam-se bebidas, caem alimentos. Tenha isso em consideração e prefira, assim, revestimentos resistentes, duradouros e fáceis de limpar. Ainda que possam constituir um investimento avultado, verá que, a longo prazo, é preferível. Materiais como o mármore ou o granito, por exemplo, duram uma vida. Depois, claro, faça a sua parte e empenhe-se na escolha dos produtos de limpeza e na manutenção do seu piso. Prefira detergentes neutros em detrimento de outros com excesso de químicos e não se esqueça de impermeabilizar e olear o chão. Deixamos-lhe, como sempre, dez sugestões de pisos de cozinha. Se está a construir uma casa de raiz ou anda com vontade de fazer umas obras aqui e ali, então retire daqui uma ideia. Ou várias!
O mármore é um material apreciado desde as civilizações grega e romana que o usavam amiúde para a construção de imponentes edifícios. Tinham a mania das grandezas. Essa é que é essa. Bom, a verdade é que volvidos séculos, esta rocha de origem metamórfica não passou de moda. Encontramo-la a revestir pavimentos, paredes, elementos decorativos, balcões e até mesmo chaminés. A qualidade e durabilidade que lhe estão inerentes são inegáveis. Uma divisão vestida a mármore evidencia-se pelo refinamento e elegância. Nesta moradia no Porto, decorada pelos designers bracarenses Vilaça Interiores, o mármore surge no chão, na parte inferior da parede e no tampo da ilha.
O azulejo é, possivelmente, o revestimento que mais vemos em cozinhas. É liso e, por isso, fácil de limpar. Para além disso, é um material duradouro, um factor que importa quando se trata de uma cozinha. No entanto, prefira azulejos em grande escala. Os pequenos formam mais juntas onde se acumula sujidade difícil de retirar e esteticamente desagradável. A cerâmica é a opção mais barata, mas o porcelanato é mais resistente visto resultar de uma mistura de materiais nobres. Em termos de aspecto são parecidos pelo que o aconselhamos a pedir ajuda a um profissional.
É cada vez mais comum escolher soalho de tábua corrida para o chão da cozinha. Actualmente, já há uma miríade de produtos para lhe propiciar um acabamento que o torne resistente à água e a outras agressões típicas nesta zona da casa. Optar pelo soalho faz particular sentido quando se trata de uma cozinha aberta para a sala. Se revestir toda a divisão com o mesmo material, o espaço parecer-lhe-á mais fluido. Além disso, o soalho em madeira é muito versátil e condiz em pleno com diferentes estilos decorativos, do moderno, ao clássico ou ao rústico.
Acima, falávamos-lhe do soalho em madeira para revestir uma divisão que abriga sala e cozinha. Nesta imagem, mostramos-lhe outra solução para uma assoalhada do género. Repare na aplicação do mosaico que determina qual é o espaço da cozinha, separando-a da sala de jantar. Ainda que os materiais sejam contrastantes, houve sensibilidade na escolha de cores e o todo funciona harmoniosamente.
Para um aspecto reminiscente do estilo escandinavo ou industrial, considere revestir o piso da sua cozinha com invulgares tábuas de madeira em cinza pálido. É uma escolha improvável, mas que resulta. Pode acrescentar-lhe um apontamento de cor – nos balcões ou nos acessórios – para lhe aplacar a frieza ou, por outro lado, assumir a escolha e manter tudo dentro destes tons neutros. Se optar por tábuas de madeira desta cor, a sua cozinha vai, por
certo, transmitir-lhe a sensação de limpeza e organização tão característica das casas nórdicas onde menos é mais
.
O parquet traz-nos o charme tão típico das casas antigas. Encontramo-lo em forma quadrangular ou em espiga que dá o efeito espinha de peixe que vemos na imagem. Tal como o soalho, exige cuidado redobrado no que diz respeito ao acabamento. Aplique-lhe um tratamento com produtos à base de óleo de teka que não só protege, como também nutre a madeira, fazendo sobressair a cor natural, mas sem dar brilho. Na cozinha da imagem, pelas mãos do atelier Artichoke, o chão em parquet contrasta com as linhas minimalistas dos móveis e sobressai com a aplicação do mármore na ilha. Um espaço em que várias épocas se encontram com coerência e bom gosto.
Não deixa de ser curioso que, embora a pedra se defina por ser escura e fria, nos transmita uma sensação de conforto e acolhimento quando aplicada no piso de uma cozinha. Talvez por nos recordar uma cozinha rústica com um grande forno de lenha, uma lareira a rasgar a parede e o cheiro inigualável dos cozinhados da avó, da tia ou da mãe. Certo é que a pedra transmite uma sensação de rusticidade que tem um certo jeito para nos enternecer e para não nos deixar indiferentes. Nesta cozinha, com um tecto alto pejado de vigas de madeira e com balcões de bonitas portas toscas, o chão em pedra, como numa adega, funciona na perfeição.
A cozinha da imagem dispõe de um piso em betão polido que tem um brilho natural, prerrogativa desta material. É uma óptima opção para esta zona da casa. Senão, enumere connosco as vantagens: é escuro e nota-se menos a sujidade, o brilho dá uma sensação de permanente limpeza, é ecológico, tem um baixo nível de ruído, é permeável, a manutenção é pouco dispendiosa e é duradouro. Quer mais qualidades? Nós damos. É versátil. A cor neutra coaduna-se a decorações distintas pelo que tanto pode optar por um revestimento em betão polido para uma cozinha moderna, como para uma mais rústica.
O piso de ladrilho hidráulico proporciona cor às divisões e tem vindo a ser cada vez mais utilizado numa tentativa de imitar os mosaicos antigos, num estilo mais retro e vintage. Numa cozinha simples, por exemplo, com móveis lisos e brancos, pode ser ele o elemento diferenciador. O piso hidráulico é concebido artesanalmente, sem recurso a energia eléctrica ou fornos que libertem gases poluentes. É, assim, uma solução que para além de ecológica, está disponível em várias cores e desenhos. Porém, por ser personalizado e feito com recurso a moldes, tem um preço mais elevado. Assim, se optar pelo azulejo hidráulico, preserve o seu investimento e tenha cuidado quando o limpar. Não use produtos químicos, mas sim um detergente neutro que não o degrade.
O granito é usado amiúde nas cozinhas não só para revestir o pavimento, como também os balcões. É um material nobre e o preço é elevado, mas é, incontestavelmente, um investimento que dura uma vida. Dificilmente, fica riscado, lascado ou manchado e é muito fácil de limpar. É possível encontrar o granito em tons diferentes que vão do branco e preto, ao café com leite ou acinzentado. O granito pode, todavia, perder o brilho com o tempo. No entanto, há empresas especializadas no seu restauro.