Como fazer um espaço pequeno parecer maior ?

Para um espaço pequeno, o branco é sempre uma boa ideia. É a cor que mais eficácia tem para criar uma atmosfera leve e serena. Além disso, está-lhe inerente a importante propriedade de reflectir a luz que entra na divisão, criando a percepção de que esta tem maior amplitude. Pode optar por um branco puro ou, se achar que ele torna o ambiente demasiado frio, procurar um tom casca de ovo, branco pérola ou pastel. Se pintar a parede e o tecto da mesma cor, esbaterá as fronteiras entre eles e fará com que o espaço pareça mais alto o que desvia o nosso olhar para cima, num sentido vertical. No fundo, cria como que uma distracção, mas imperceptível ou, pelo menos, pouco evidente.

A fotografia que ilustra este tópico constitui um bom exemplo no que concerne à escolha de materiais para espaços pequenos. Trata-se de uma sala de estar de uma moradia portuguesa, na encosta do Douro. Os detalhes em metal estão por todo o lado. Encontramo-los nas pernas que suportam as mesas de centro, no próprio tabuleiro escolhido para a adornar, na moldura da lareira e até no pé do candeeiro. Este material reflecte a luz e as cores, conferindo mais brilho e elegância ao espaço. Para além disso, são estruturas finas que, por isso, ocupam pouco espaço e não pesam no conjunto. O mesmo se aplica, por exemplo, a uma cama de dossel ou a umas cadeiras em metal. A madeira pintada em branco é, também, uma boa opção visto que não absorve a luz, partilhando-a, pelo contrário, com o resto do espaço. Ademais, se as paredes estiverem pintadas a branco, os móveis em madeira branca ficam quase como que camuflados. Ainda que não as encontremos neste espaço, considere a compra de peças em vidro ou em acrílico que, pela sua transparência, praticamente desaparecem do campo de visão.

Tire medidas, faça uma boa selecção de móveis e, se necessário, elabore um rascunho que ilustre a forma como os pode dispor no seu espaço. Para áreas pequenas, esqueça a ideia completamente ultrapassada da “mesa a condizer com as cadeiras que condizem com o louceiro que condizem com o sofá”. Não. Pelo contrário, brinque com formas, cores e estilos para criar dinâmica e profundidade e limite-se ao essencial. Tenhamos como exemplo a imagem. O sofá, ainda que num tom escuro, tem linhas simples e apenas um braço o que o torna, de imediato, mais leve. Para lhe servir de apoio, escolheu-se uma mesa singela, minimalista e alta. A mesa de jantar é, também ela, moderna, simples e branca. Já o aparador de estilo retro e com madeira texturada surge enquanto contraste. Ainda assim, está assente sobre pernas o que o torna menos pesado. Repare que nesta sala de estar, proposta da BL Design e Arquitectura de Interiores, não existe qualquer tapete ou cortinado o que também é particularmente interessante na decoração de uma área exígua.

Quando se prepara para decorar uma casa, defina, logo de início o estilo que para ela quer. É o seu ponto de partida e tudo deve convergir em torno de um determinado conceito para que haja uma identidade evidente e, acima de tudo, coerência. Para um espaço pequeno, a nossa sugestão é que se inspire numa estética escandinava e minimalista em que “menos é mais”. Quanto menos elementos o seu espaço tiver, melhor. Nada pior do que uma área exígua repleta de pequenas informações e objectos vários que a desfavoreçam do ponto de vista estético e impeçam uma boa circulação e actividades quotidianas funcionais. Pode, por exemplo, investir numa peça de design que funcione enquanto centro das atenções da divisão e manter o resto o mais simples possível, reduzido a um mínimo. Os ingleses têm a expressão perfeita para se referirem ao que lhe estamos a dizer. Chamam-lhe “declutter” que, trocado por miúdos, significa “livre-se da tralha”!

Da sua lista, pode riscar tudo o que for um obstáculo à entrada de luz natural, como é o caso de cortinas escuras ou móveis grandes a tapar a janela. Tire partido da luz que entra no seu espaço pois que ela é essencial para o fazer parecer maior. Veja o exemplo da imagem, de um apartamento em Lisboa, em que a janela se encontra adornada apenas com leves e esvoaçantes cortinas brancas que mantêm o quarto iluminado, fresco e arejado. Repare, ainda, que não dispondo a casa de banho de uma abertura para a rua, foi inserida no topo da parede uma superfície envidraçada que deixa entrar a luz que perpassa a janela. O aproveitamento da luz natural esbate a fronteira entre interior e exterior e aproxima-nos do sol e da natureza. Se a sua casa ou apartamento tiver poucas janelas, aposte em candeeiros e espelhos que reflictam a sua luz.

Espaço pequeno, mas personalidade em grande. Sim? É esse o mote. Seja simples, mas não simplista ao decorar uma área limitada. Repare neste apartamento parisiense que tem apenas – está preparado? – 27m²! A escolha da paleta cromática, a separação de áreas por via de uma cortina e não de uma parede ou porta, o formato dos objectos e os detalhes tornam perfeito este pequeno recanto. Mantenha o pano de fundo claro, como lhe sugerimos no tópico relativo à cor, e aposte em apontamentos que alegrem a atmosfera como é o caso destas coloridas almofadas, dos quadros com desenhos gráficos e modernos ou da manta em croché. Repare que em vez de uma mesa de centro grande e rectangular, optou-se por duas mesas mais pequenas, redondas, leves e com divertidos tampos assimétricos.